Jesus Cristo, o servo

No texto evangélico que a Igreja escolheu ler na Missa do quinto domingo da Quaresma, o Senhor Cristo diz aos seus discípulos: “Mas quem quiser ser grande entre vós, seja vosso servo, e quem quiser ser o primeiro entre vós. deve ser um escravo de todos.” Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Marcos 10:43-44). Aqui Cristo pede aos seus discípulos que se sacrifiquem pelo bem dos irmãos, como ele mesmo fez, como é seu professor, Senhor e mestre, pois veio para servir, não para ser servido. Em sua mensagem e ensinamentos, Jesus Cristo derruba todos os conceitos humanos predominantes. Cristo derruba todas as considerações e padrões humanos quando estabelece condições e padrões para o sucesso que contradizem tudo o que as pessoas acreditam ser uma porta para o sucesso. A medida do sucesso de Cristo é o serviço, o esforço, a doação e o sacrifício, enquanto as medidas do sucesso das pessoas são o dinheiro e o poder.

Cristo Servo é o modelo e o bom exemplo que o Evangelho pede aos cristãos que imitem. O Senhor Cristo, depois de lavar os pés dos seus discípulos na noite em que foi traído, dirigiu-se a eles e disse: “Vocês me chamam de Mestre e Senhor, e dizem bem, porque eu sou assim. Se eu, o Senhor e Mestre, lavei os pés de vocês, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. Pois eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz a vocês, vocês também façam a mim” (João 13:13-15). O resumo desta obra é resumido por Jesus Cristo ao dizer, acrescentando: “O servo não é maior que o seu senhor, nem o mensageiro maior que aquele que o enviou” (versículo 16).

Jesus Cristo nos mostra que quem quiser ser discípulo de Cristo deve ser semelhante ao seu mestre, não maior que ele. Portanto, ele deveria servir os oprimidos e lavar-lhes os pés, e não escravizá-los em prol dos seus próprios benefícios e da inflação da sua riqueza e prestígio. Ele deve aceitar ser crucificado por eles, não crucificá-los na cruz do seu orgulho. Ele deve, como diz São João Batista: “Devo diminuir para que Cristo cresça”. Neste contexto, o evangelista Lucas cita as palavras do Senhor Cristo: “Mas o maior entre vós seja como o menor, e quem vai à frente como quem serve... Pois eu estou entre vós como quem serve” ( 22: 26-27). Cristo escolheu o serviço como caminho ideal, e quem quiser segui-lo deve seguir esse mesmo caminho, pois não há outro caminho, e assim alcança a vida eterna e está com Cristo constantemente: “Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, aí estará o meu servo. Se alguém me servir, meu Pai o honrará” (João 12:26).

Serviço, aqui, não significa culto de adoração ou serviço da palavra e das boas novas. Esta é uma faceta do serviço, não a única. Pelo contrário, o que se quer dizer é que o serviço que os crentes devem esforçar-se por realizar para com os seus irmãos pobres e necessitados, os doentes, os órfãos e as viúvas... O serviço na igreja emergente vai além do puro trabalho missionário para os serviços materiais necessários para a comunidade. A partir daqui, sete diáconos (isto é, ministros) foram eleitos e dedicados ao serviço diário e ao serviço de mesa, enquanto os doze apóstolos se dedicaram à “oração e ao serviço da palavra” (Atos 6: 1-6). Portanto, existem dons e serviços diferentes e complementares que são necessários para a edificação da igreja.

O Livro dos Atos dos Apóstolos também se refere ao processo de arrecadação de donativos para os pobres de Jerusalém como um serviço à comunidade: “Então os discípulos decidiram, segundo o que era possível para cada um deles, enviar um serviço aos irmãos que moram na Judéia” (11:29). Como o Apóstolo Paulo escreve em sua segunda carta aos Coríntios, ele os exorta a dar porque “Aquele que dá ao semeador a semente e o pão para alimento, suprirá a sua semente e a multiplicará e aumentará os frutos da sua justiça, para que em todos coisas, sereis enriquecidos por toda generosidade sincera que produz em nós ações de graças a Deus” (9:10-11), e então Ele chama isso de prestar um serviço, como ele continua, dizendo: “Porque realizar este serviço não satisfaz a necessidade dos santos (o que se entende é Somente através dos santos, a comunidade dos crentes, mas transbordando de muitas ações de graças a Deus” (versículo 12).

Em muitos lugares de suas cartas, o Apóstolo Paulo enumera os dons e serviços que Deus distribuiu aos crentes, e o Apóstolo explica-lhes as condições que tornam o seu serviço digno do Senhor: “E quem recebeu serviço, permaneça no serviço, o professor no ensino, o pregador na exortação, aquele que dá caridade com pureza de intenção, aquele que administra com cuidado e o misericordioso com alegria. E que o amor seja sem hipocrisia... dando aos santos (isto é, à comunidade dos crentes) nas suas necessidades e dedicando-se à hospitalidade para com os estranhos” (Romanos 7:12-13). Neste contexto, é preciso sublinhar que os dons e serviços que São Paulo Apóstolo menciona e recorda nas suas cartas colocam em primeiro plano os dons relacionados com a Palavra de Deus (o apóstolo, o profeta, o mestre e o evangelista). ). Contudo, isto não exclui os deveres puramente pastorais, como mencionado na Epístola aos Efésios: “Foi Ele quem fez alguns apóstolos, alguns profetas, alguns evangelistas, e alguns pastores e doutores, para o aperfeiçoamento dos santos, para o obra de serviço e para a edificação do corpo de Cristo” (4:11-12).

O serviço não pode ser limitado ou reduzido a apenas um ou dois dos seus aspectos, nomeadamente o serviço ritual ou o serviço da palavra e das boas novas. O próprio Cristo forneceu um modelo e exemplo para imitarmos e imitarmos em nosso comportamento diário. Ele se equiparou a um servo que serve de graça, sem esperar nada em troca. Isto é o que ele espera de seus seguidores. Vamos servir.

Do meu boletim paroquial de 2003

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