Não se pode provar com certeza qual é a parte da história e qual é a parte do mito nas tradições relacionadas com Santa Maria do Egito. (20). É melhor focar apenas no fato que a igreja quis estabelecer, como afirmamos na oração da madrugada, (um modelo de arrependimento). É um símbolo de conversão, arrependimento e austeridade. Expressa, neste último domingo da Quaresma, o último e mais urgente convite que a Igreja nos dirige antes dos dias da Paixão e da Santa Ressurreição.
A mensagem recitada na Missa (Hebreus 9:11-14) compara o ministério de Cristo com o ministério do sumo sacerdote hebreu. Este homem entrou, uma vez por ano, no Santo dos Santos, mas Cristo (entrou uma vez no Santo dos Santos e obteve a redenção eterna). O sumo sacerdote purificava os crentes e os santificava aspergindo sobre eles o sangue e as cinzas dos sacrifícios. (Quanto mais o sangue de Cristo, que através do Espírito eterno se oferece a Deus sem censura, purificará as vossas consciências das obras mortais, para que possam adorar o Deus vivo?)
O Evangelho (Marcos 10,32-45) descreve a ascensão de Jesus a Jerusalém, antes da sua paixão. Jesus separou-se dos doze discípulos e começou a dizer-lhes que seria traído, julgado, morto e ressuscitado. No limiar da Semana Santa, ocorre-nos que o Salvador nos isola para uma conversa íntima na qual nos explica o segredo da redenção? Pedimos ao Mestre que nos torne mais conscientes do que está acontecendo conosco no Calvário? Damos a Jesus a possibilidade de uma conversa tão secreta? Estamos buscando essas oportunidades para encontrar o Senhor?
Então, eis que os dois filhos de Zebedeu aproximaram-se de Jesus e pediram-lhe que se sentasse na sua glória, um à sua direita e outro à sua esquerda. Então Jesus fez-lhes - e faz-nos também - esta pergunta: (Consegues beber o cálice que eu vou beber?). Então o mestre explicou aos discípulos que a verdadeira grandeza está no serviço: (O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos).
A noite deste quinto domingo da Quaresma dá um raio de luz para inaugurar a Grande Semana, no próximo domingo. O próximo domingo será o Domingo de Lázaro, que Jesus ressuscitou. A oração vespertina realizada na noite do quinto domingo da Quaresma prediz que Lázaro foi ressuscitado dentre os mortos, referindo-se a Lázaro, o pobre homem da parábola evangélica (Lucas 16:19-31).
(Ordena-me ao pobre Lázaro e salva-me dos castigos do rico... Tenhamos empatia com a sua perseverança e longanimidade.) A Igreja, de certa forma ansiosa por entrar nos dias santíssimos que terão início na próxima semana, exorta-nos neste domingo a irmos à festa que celebraremos sete dias depois: (Cantemos louvores à Palma Oferta dominical, ao Senhor que vem em glória a Jerusalém, para matar a morte pelo poder da sua divindade. Preparemos as bandeiras da vitória com boa adoração, gritando: “Hosana ao Criador de todos”.
(20) No século VI, perto do Mosteiro de Soka, no Egito, os turistas homenageavam o túmulo de uma mulher santa chamada Maria, que viveu no deserto como reclusa e arrependida. Isto é tudo o que podemos dizer historicamente. No século VII, o Patriarca de Jerusalém, Sofrônio, escreveu uma biografia de Maria do Egito que não se baseava em nenhuma fonte histórica aceitável, e tornou-se a base para a literatura popular posterior sobre o assunto.
De acordo com essas tradições, Maria se converteu depois de passar anos de vida em pecado e passou quarenta e sete anos no deserto, familiarizando-se com anjos e animais selvagens, e alguns monges santos a ajudaram.